quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Branqueamento

Entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, originaram em várias partes do mundo as teses eugenistas, isto é, aquelas que defendiam um padrão genético superior para a raça humana. Essas teses defendiam a ideia que o homem branco europeu tinha o padrão de melhor saúde, maior beleza, e maior competência civilizacional em comparação as demais raças, como a negra(africana).
Nesse período, alguns intelectuais brasileiros  incorporaram essas teses e delas surgiram outras, por sua vez, “aplicável ao contexto  relacionado ao Continente Americano: a “tese do branqueamento”.                                                                                                                    A defesa do branqueamento, ou melhor, embranquecimento,  tinha como principal ponto de partida o fato de que, a miscigenação brasileira os descendentes de negros deveriam ficar mais brancos a cada nova geração, ou seja, arrancar o negro da nação brasileira. 
O antropólogo e médico João Baptista de Lacerda foi um dos principais expoentes da tese do embranquecimento entre os brasileiros, participou em 1911 do Congresso Universal das Raças, que ocorreu em Paris na França. Reuniu intelectuais de todo o mundo com os temas relacionados ao racialismo, e das relações dos processos civilizatórios. Lacerda apresentou um artigo em português  que defendia a miscigenação como algo positivo, no Brasil, por conta da sobreposição da raça branca sobre as outras, a negra e a indígena.
Várias correntes influenciaram Baptista e outros defensores do eugenismo pelo mundo, como o “determinismo” de Henry Thomas Buckle e o “darwinismo social”. Eram utilizadas para justificar a fase do Neocolonialismo.
No Brasil  a eugenia teve um significado diferente ao adotado na Europa: enquanto os europeus acreditavam que a miscigenação era uma degeneração das raças e que teria consequências ruins para a evolução da espécie humana, no Brasil havia a intenção de branquear a população, através da mistura, para que as próximas gerações fossem todas brancas, num período mínimo de 50 anos até um período máximo de 200 anos. A população dos mestiços eram classificados pelo seu grau de branquitude:quase-branco, semi-branco ou sub-branco. No cruzamento do branco com o negro, necessariamente, contava-se com o “clareamento” progressivo e permanente da pessoa, mas jamais se contava com a suposição de que a mestiçagem poderia gerar o “enegrecimento” da população.

São Paulo foi a cidade em que o branqueamento mais funcionou, isso se deve ao fato de que a população era levada a crer que o seu desenvolvimento social, econômico e intelectual seria melhor quanto mais branca fosse. A política era aceita e inclusive pelos afrodescendentes da época.



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                                                                                                                                                                                                                              - Iricson




Referências
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1454-6.pdf

http://racismo-cientifico.weebly.com/branqueamento-no-brasil.html

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